Ainda temos muito o que conquistar para uma sociedade mais igualitária e justa, porém, temos sim algumas conquistas a celebrar. Para esse brinde em homenagem ao mês das mulheres, nada mais perfeito do que vinhos que foram criados, idealizados e produzidos por mãos de mulheres incríveis da vinucultura. Conheça nove produtoras cheias de talento e comemore o mês de mulher.
1 – Amitié Pinot Noir
Amitié, que em francês significa amizade, é uma vinícola de duas amigas brasileiras, a sommelière Andreia Gentilini e a enóloga Juciane Casagrande. Juntas fazem um belo trabalho na Serra Gaúcha, produzindo excelentes vinhos e espumantes. O Pinot Noir delas é super elegante, aveludado na boca e com acidez equilibrada.
2 – Crios Torrontés Susana Balbo
Susana Balbo foi a primeira mulher argentina a se formar em enologia, em 1981, e hoje é um dos grandes nomes do vinho no país. Uma mulher forte, determinada, que se preocupa com sustentabilidade e engajada em projetos sociais. Seus vinhos são sinônimo de qualidade, a linha “Crios” – o poder nas mãos – nasceu do amor de Susana pelos filhos e do desejo de deixar um legado para a família que os ajudasse a percorrer os seus próprios caminhos com lições de vida que aprendeu na sua carreira de empreendedora incansável. O torrontés é vibrante, aromático e refrescante, apresenta aromas a citrinos, maracujá, lichia e flores brancas.
3 – As Baccantes Cabernet Franc Vinha Unna
Marina Santos é uma vinhateira brasileira jovem, e cheia de talento. Faz vinhos naturais na Serra Gaúcha com pouca intervenção humana, com rótulos que ela mesma desenha a mão e que procuram traduzir a alma de cada vinho. “O projeto sempre teve dois focos, viticultura limpa – orgânica e biodinâmica – e vinificação natural – sem aditivos químicos, nada se adiciona ao vinho, nada se retira, criar algo é realmente fantástico. É poder se expressar, se soltar, se reinventar, experimentar. É libertador. E isso só pode ser feito, quando o vinho expressa tudo isso a partir de um trabalho sério e focado.”, diz Marina. Toda sua dedicação se reflete em seus vinhos que são incríveis, o Baccantes Caberte Franc é um vinho artesanal, cheio de frescor, frutado com notas herbáceas e minerais, mostra complexidade tanto nos aromas quanto no paladar.
4 – Marques de Montemor de Dorina Lindemann
Nascida numa família dedicada à vitivinicultura, a enóloga Dorina Lindemann está à frente da vinícola alentejana Quinta do Plansel com suas duas filhas, Luísa e Júlia. Juntas, elas fazem um belo trabalho com uvas tradicionais portuguesas. O resultado são vinhos primorosos como o Plansel Marquês de Montemor VR Alentejano, feito com as uvas nativas Aragonez, Trincadeira e Touriga Franca. É rico em aromas de frutas negras maduras e especiarias.
5 – Filipa Pato Bical e Arinto
O lema “vinhos autênticos, sem maquiagem” resume com perfeição a filosofia da enóloga. Ela é filha de Luis Pato, uma verdadeira lenda da vitivinicultura portuguesa. Ela estagiou em grandes centros produtores do mundo, passando por França, Austrália e Argentina, e retornou a seu país para se dedicar exclusivamente a cepas autóctones, como Baga, Bical, Maria Gomes, Arinto e Cercial. Ao lado do marido, o sommelier belga William Wouters, Filipa emprega práticas biodinâmicas, como uso de leveduras nativas e intervenção mínima no processo de vinificação, para criar rótulos que expressam toda a personalidade das uvas e do terroir de Bairrada, uma das principais regiões DOC (denominação de origem controlada) de Portugal. Este leva 50% de uva Bical e 50% de Arinto, com aromas minerais com notas de lima, característica da casta Arinto e certo cremoso dado pelo Bical. Elegante e encorpado mantendo uma boa acidez, densidade e estrutura características de um grande vinho branco das grandes regiões de solo calcário.
6 – Marimar Torres Chardonnay
A espanhola Marimar Torres é uma mulher admirável, forte e que vai atrás do que acredita. Nascida e criada na Espanha, é a quarta geração da família Torres – ela é irmã do famoso produtor Miguel Torres. Depois de anos trabalhando na vinícola da família, abriu sua própria vinícola em 1996 na Califórnia e faz, sem dúvidas, um dos melhores vinhos de Chardonnay e Pinot Noir da região.
7 – Lizete Vicari
A produtora Lizete Vicari juntamente com seu filho, o enólogo José Augusto Vicari, tem um projeto de agricultura familiar em Monte Belo do Sul, localizado no coração da região vitivinícola da Serra Gaúcha. Focado na produção de vinhos de fermentação espontânea com mínima intervenção possível e sem a utilização de insumos enológicos, o projeto nasceu no ano de 2007 na Praia do Rosa em Santa Catarina. Os vinhos da Dominio Vicari tem uma legião de fãs pelo Brasil, são únicos e cheios de personalidade.
8 – Domaine Galévan Côtes-du-Rhône Paroles de Femme
A francesa Coralie Goumarre é mais uma talentosa produtora de vinho, seguindo nove gerações de produtores na família — a primeira mulher. Faz parte do grupo de 31 produtoras feministas que se uniram pelo vinho contra o machismo e criaram a Femmes Vignes Rhône – que significa Mulheres Vinhateiras do Rhône. A entidade foi criada com o objetivo de fazer com que seus vinhos recebam o mesmo tipo de atenção que os feitos por produtores homens. O Paroles de Femme, que em francês significa Palavras da Mulher, é orgânico, feito com as uvas francesas Grenache, Mourvèdre, Cinsault, e Carignan. Vinificado e envelhecido em tanques de concreto, tem aromas de ameixa, especiarias e um toque herbácio.
9 – Elena Walch Merlot Alto Adige
A arquiteta italiana Elena Walch recebeu o convite para restaurar um castelo renascentista no Alto Adige, norte da Itália, rodeados de vinhedos. Durante as obras, ela e Werner Walch, o proprietário do castelo, construído século 17, se apaixonaram. Elena passou a fazer parte da quarta geração da família Walch a administrar os vinhedos italianos de Alto Adige. Se tornou enóloga, e hoje ao lado das filhas, Karoline e Julia, a italiana revolucionou a reputação de seus vinhos. A nova geração está indo na mesma direção, acrescentaram toques próprios. Alto Adige é um dos locais de excelência para a Merlot, sempre classudos e longevos. Esse fermentou em grandes tonéis de carvalho da Eslavônia seguido de estagio por 14 meses nos mesmos tonéis. Aromas típicos de ameixa e cereja compotada, com toque herbáceos, na boca é macio e suculento.
Fonte: Revista Marie Clare.