Hoje é comemorado o Dia do Enólogo. A profissão foi regulamentada em 2007. Significa que, para atuar como enólogo, é necessária uma formação acadêmica na área.
Mas tem um problema: somente seis instituições de ensino oferecem cursos enologia reconhecidos pelo Ministério da Educação. E quatro delas ficam no Rio Grande do Sul. E o motivo é óbvio. O Estado é o principal produtor de vinho, segundo as estimativas da Embrapa, representando mais de 60% da produção nacional.
Entre as opções gaúchas, dá para estudar na Universidade Federal do Pampa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Caxias do Sul e nos campos de Bento Gonçalves e Visconde da Graça do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia.
O Instituto Federal também tem cursos em Santa Catarina (Urupema) e São Paulo (São Roque). A única opção fora desse eixo é o Instituto Federal do Sertão Pernambucano, que fica em Petrolina, o polo nordestino da vinicultura. A cidade tem roteiros enoturísticos junto com outros municípios do Vale do São Francisco. A região, diga-se, vem despontando no setor de vinhos e já abastece 15% do mercado brasileiro.
Além das vinícolas
Pode parecer que os enólogos passam os seus dias entre as parreiras e dentro das adegas. Mas hoje eles têm um papel mais amplo. Os profissionais ganharam espaço nas empresas de importação e exportação de vinhos, assim como nos e-commerces e lojas especializadas.
Tudo por conta do crescimento do mercado de vinhos no Brasil. De acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho, no ano passado, o consumo da bebida no país cresceu 18,4%.
Os brasileiros beberam 430 milhões de litros no ano – ou uma média de 2,6 litros de vinho por pessoa com mais de 15 anos. Claro que não chega aos pés dos maiores consumidores: os portugueses encabeçam a lista, com 51,9 litros per capita ao ano. Em seguida está a Itália (46,6 litros) e a França (46 litros). Mas também mostra que o setor tem muito para onde crescer.
Mais informações sobre a profissão
Atividades-chave: controlar todo o processo de produção de uma vinícola, do cultivo de uvas à análise sensorial das bebidas e elaborar novos vinhos.
Quem contrata: vinícolas, exportador e importadoras e indústrias de vinificação (como fabricantes de equipamentos e barris).
Pontos positivos: a ampla grade curricular permite trabalhar da produção do vinho até a sua comercialização. Em outros países, o mercado já está consolidado, o que abre portas para trabalhar no exterior.
Pontos negativos: existem poucos cursos de enologia no Brasil, e a maioria deles fica na região Sul.
Principais competências: planejamento para acompanhar as etapas de produção; criatividade para desenvolver novos produtos; paladar e olfato aguçados.
O que fazer para atuar na área: um curso técnico ou de graduação em enologia. Para quem é formado em agronomia, basta uma especialização ou pós-graduação na área. Um segundo idioma é bem-vindo. O inglês é o principal, mas francês, italiano e espanhol também são importantes.
Fonte: Você/SA