Provavelmente você já deve ter escutado que não se deve consumir um vinho imediatamente após abri-lo. Antes é preciso expor a bebida ao ar, processo que popularmente chamamos de “respiração do vinho”.
Veja abaixo, algumas dúvidas comuns sobre o assunto:
- Qual é papel do oxigênio durante as etapas de produção?
- Qual é o tempo que essas reações levam para ocorrer?
- Todos os vinhos precisam respirar antes de serem consumidos?
1. Qual é papel do oxigênio durante as etapas de produção?
O oxigênio tem um papel importante durante as etapas de produção, envelhecimento e armazenamento de vinhos. O contato desse elemento com a bebida provoca reações químicas capazes de alterar seus aromas, sabores e texturas.
Quando o oxigênio entra em contato com um vinho recém-aberto, duas coisas ocorrem: a evaporação do álcool contido na bebida (geralmente em quantidades insignificantes) e reações de oxidação (interação entre os elementos contidos no vinho e o oxigênio).
2. Qual é o tempo que essas reações levam para ocorrer?
Os processos de oxidação são capazes de liberar compostos aromáticos voláteis, alterando o sabor e o aroma do vinho. O tempo que essas reações levam para ocorrer varia de vinho para vinho. Em bebidas jovens, por exemplo, o processo de respiração dura entre 20 e 30 minutos.
Mas para realizar esse processo, não basta apenas abrir a garrafa e esperar, como a garrafa está cheia, uma quantidade mínima de líquido entrará em contato com o ar. Assim, para realmente fazer com que um vinho “respire”, o melhor é colocá-lo em uma taça.
3. Todos os vinhos precisam respirar antes de serem consumidos?
Não são todos os tipos de vinhos que melhoram com esse processo. É possível, inclusive, “estragar” um vinho ao deixá-lo respirar.
O processo de respiração é recomendado para vinhos jovens, encorpados e que possuem altos níveis de taninos. Nesses casos, o processo de respiração suaviza os taninos e permite que os demais sabores e aromas da bebida possam expressar-se com mais propriedade.
Por outro lado, vinhos antigos, envelhecidos por décadas, têm uma estrutura mais frágil e fazê-los respirar, mesmo que seja por alguns minutos, pode colocar tudo a perder. Da mesma forma, a respiração de vinhos leves e de sabor delicado, como brancos, rosés ou espumantes, não é indicada. Isso porque a introdução de oxigênio nesse tipo de vinho pode dissipar exageradamente os já suaves sabores.